sexta-feira, 14 de agosto de 2009

mais negro.... 0.0

'Todas as mortes sao violentas. sobretudo para os que ca ficam. de repente akele corpo ke conhecemos transforma se noutra coisa k ja nao nos pertence, k n conseguimos atingir.
A pele adquire uma estranha kualidade de transparencia. torna se translucida, como se tivesse sido lavada, esfregada, esticada ate ao limite. Evitamos tocar lhe para que o feitiço nao se quebre e limitamos nos a olha la de longe, com uma certa inveja daquela aura que a envolve.
Afinal a morte e como as limpezas de primavera ou de outono: organizada e , sobretudo, purificadora.
Morre se e recomeça se tudo de novo. Fecha se um ciclo , abre se outro. Tal como acontece com os sapatos e as roupas que conservamos durante anos por vergonha de lhes decretarmos obito. Ate que um dia ganhamos coragem e nos despedimos deles para na manha seguinte ja nem nos lembrarmos de que alguma vez existiram. E assim tambem com os mortos. Um caso de gestao de espaço. Uma arrumaçao. Um alivio. Uma passagem. (...)' (in Este e o Meu Corpo, de Filipa Melo)

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